NOTÍCIAS
Julgamento com perspectiva de gênero: “protocolo é instrumento de transformação”, diz procuradora
07 DE MARçO DE 2023
O Protocolo de Julgamento com Perspectiva de Gênero é um instrumento de transformação à disposição da magistratura brasileira, para que o Poder Judiciário busque eliminar julgamentos carregados de preconceitos, de estereótipos e de repetição de desigualdade. A avaliação é da procuradora de Justiça e ex-conselheira do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Ivana Farina Navarrete Pena, que participou, nesta segunda-feira (6/3), de seminário no auditório do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre o tema.
O evento debate, por dois dias, ações do Judiciário de prevenção no enfrentamento à violência de gênero no Brasil, baseadas no Protocolo elaborado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O evento acontece na semana em que é celebrado o Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março.
Ivana Farina também chamou a atenção para a defasagem no número de mulheres ocupantes de espaços de poder e chefia nos tribunais superiores e cúpulas do Ministério Público. “Esta República Federativa do Brasil contou apenas com uma procuradora-geral e o Supremo Tribunal Federal (STF) têm três ministras na sua história”, ressaltou. Segundo ela, o cenário de desigualdade de representação motivou a necessidade de o CNJ elaborar determinadas metas e definir ações de equidade de gênero no Judiciário.
Com o tema “A construção do protocolo para julgamento com perspectiva de gênero”, o painel do qual participou Ivana Farina foi mediado pelo ministro Sebastião Reis (STJ) e contou também com a participação das juízas Domitila Mansur (Tribunal de Justiça de São Paulo) e Tani Maria Wurster (Tribunal Regional Federal da 4.ª Região). Ivana Farina, inclusive, integrou o grupo de trabalho responsável pela elaboração do protocolo quando era conselheira do CNJ.
Na sequência, a juíza do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) Amini Haddad participou como moderadora do painel “A contribuição do Protocolo na edificação da equidade de gênero”. A magistrada afirmou que, além da construção do instrumento, é necessário um diálogo público para que cada órgão possa cumprir a sua missão e que não seja somente o Judiciário o delimitador de uma política de julgamento e atuação no critério de justiça.

“Nós não podemos viabilizar violações aos direitos fundamentais. Portanto, falar sobre a equidade e a dimensão de atendimento público são critérios de direitos universais, considerando, pois, a consagração dos valores constitucionais e legislação para atendimento efetivo de mulheres vítimas de violência, seja ela no ambiente doméstico ou familiar, seja em situação específica da violência sexual ou assédio moral e sexual, entre outras figuras, comumente de violação contra mulheres. O importante é que possamos trazer respostas, e essas precisam de fato consagrar nossa política internacional de direitos humanos”, ressaltou.
Fizeram parte da mesa de debates as advogadas Cristiane Demasceno Leite e Izabella Borges, a delegada da Polícia Civil do Piauí Eugenia Villa e a gerente de projetos da área de enfrentamento à violência contra meninas e mulheres da ONU Mulheres, Débora Albu.
Texto: Michelle Martins
Edição: Thaís Cieglinski
Agência CNJ de Notícias
The post Julgamento com perspectiva de gênero: “protocolo é instrumento de transformação”, diz procuradora appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Anoreg RS
Lei nº 14.382 de 27 de junho de 2022: CONEXÕES IMOBILIÁRIAS – Inovações Legislativas e a Virtualização
19 de janeiro de 2023
Confira o artigo de autoria de João Pedro Lamana Paiva enviado ao IRIB.
Anoreg RS
Cartórios já podem regularizar terrenos quitados, mas que não foram transferidos
19 de janeiro de 2023
Regularização de loteamentos demorava até 5 anos pela via judicial
Anoreg RS
O marco digital dos cartórios e o sistema eletrônico de registros públicos
19 de janeiro de 2023
Essa diretriz está intimamente relacionada com o marco digital dos cartórios.
Anoreg RS
STJ abre ano judiciário no dia 1º de fevereiro, com sessão da Corte Especial
19 de janeiro de 2023
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) iniciará o ano judiciário de 2023 no dia 1º de fevereiro, com sessão da...
Anoreg RS
Titular de cartório não tem de pagar salário-educação, define Segunda Turma
19 de janeiro de 2023
As pessoas físicas titulares de serviços notariais e de registro não são consideradas como responsáveis por...